Rua

05/10/2011 17:44

 

“ Eu amo a rua... nós somos irmãos, nós nos sentimos parecidos e iguais, nas cidades, nas aldeias, nos povoados, não porque soframos, com a dor e os desprazeres, a lei e a polícia, mas porque nos une, nos nivela e agremia o amor da rua.”

 

“ ...a rua é um fator da vida das cidades, a rua tem alma! ... a rua é agasalhadora da miséria”

 

“A rua faz as celebridades e as revoltas, a rua criou um tipo universal, tipo que vive em cada aspecto urbano, em cada detalhe, em cada praça, tipo diabólico que tem, dos gnomos e dos silfos das florestas, tipo proteiforme, feito de risos e de lágrimas, de patifarias e de crimes irresponsáveis, de abandono e de inédita filosofia, tipo esquisito e ambíguo com saltos de felino e risos de navalha, o prodígio de uma criança mais sabida e cética que os velhos de setenta invernos, mas cuja ingenuidade é perpétua, voz que dá o apelido fatal aos potentados e nunca teve preocupações, criatura que pede como se fosse natural pedir, aclama sem interesse, e pode rir, francamente, depois de ter conhecido todos os males da cidade, poeira d´oiro que se faz lama e torna a ser poeira – a rua criou o garoto!”

 

“ Oh sim, as ruas têm alma! Há ruas honestas, ruas ambíguas, ruas sinistras, ruas nobres, delicadas, trágicas, depravadas, puras infames, ruas sem história, ruas tão velhas que bastam para contar a evolução de uma cidade inteira, ruas guereiras, revoltosas, medrosas, snobs, ruas aristocráticas, ruas amorosas, ruas covardes, que ficam sem pinga de sangue...”

 

“As ruas são tão humanas, vivem tanto e formam de tal maneira os seus habitantes, que há até ruas em conflito com outras.”.  


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